08 março, 2009

Excomunhão

Tenho acompanhado pelos portais o caso da criança violentada pelo padrasto e que ficou grávida de gêmeos, onde a natureza do caso é tão absurda que a mais sensata e mínima atitude seria o aborto. Tão fatídico quanto esse episódio é a intromissão, misturada com radicalismo, da Igreja Católica de excomungar a mãe da menina e os médicos pernambucanos que procederam a operação. Mas a coisa já começou a tomar uma dimensão muito maior, envolvendo inclusive troca de farpas entre o presidente da República e um bispo da Igreja. Até o Vaticano já se pronunciou sobre o caso onde, claro, deu razão a decisão do bispo. Mas como eu disse, a coisa tomou outro rumo. A discussão deixou de ser a animalesca violência do padrasto com a menina e passou a outro nível, sobre quais os poderes que a Igreja tem de mandar ou desmandar na vida de seus fiéis.

Um dos artigos que li foi o post do Gilberto Dimenstein, que aponta o descaso da Igreja com a menina e também com a mãe, uma mulher que além de estar arrasada com a situação da filha estrupada ainda tem sobre as costas o peso da condenação máxima de sua religião: a excomunhão. A Igreja em nenhum momento está preocupada em dar o devido socorro espiritual à criança e seus familiares, mas somente em suas arcaicas "verdades" e seu poder de manipulação social. Um absurdo.

E no final de todo esse jogo de vaidades, egoísmo e falta de compaixão, eu chego a conclusão que a Igreja Católica não fala a língua de Deus. Nem dos homens.

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