19 janeiro, 2009

Renascer

Falar de religião é sempre difícil. Por duas razões: uma que não existe religião ou filosofia "perfeita", o que pode ser verdade para uma pessoa pode não ser para a outra. Isso vale para tudo na vida. E o segundo motivo é que é sempre mais fácil falar dos outros do que de si mesmo. Mas independente do credo, não posso ficar com pensamento indiferente ao que aconteceu neste último domingo, dia 18, quando o "céu" caiu sobre as cabeças dos fiés da Igreja Renascer, em São Paulo: o teto do templo desmoronou matanto, até o momento, a sete pessoas.

O que me deixa apavorado e cada vez mais indignado com o descaso do ser humano frente a questão do sofrimento dos outros. Vou ser mais direto: falo da carta que o casal Hernandes, que estão em regime de liberdade condicional e nao podem sair dos EUA, emitiu a imprensa sobre o trágico acontecimento deste domingo. Na nota, eles falam de sua tristeza, de Deus, de Jesus Cristo, de passagens bíblias, de salmos e de toda a "força", "amor" e "fé" que envolve o discurso sempre pregado por todas as igrejas neopentecostais, mas nada falam da coisa prática. Eles têm responsabilidades diretas com a vida das pessoas que estavm no local, das que ficaram feridas e das famílias que perderam seus parentes. O discurso nesse momento não deve ser de falar de Deus, mas dos homens, mais humano. E ser prático é dar alguma resposta a seus fiéis (e à sociedade em geral) das atitudes que devem ser tomadas. Seria bem diferente se "buscaremos as razões em perícias para saber o que de fato aconteceu em nosso templo" e "estamos buscando as familias e vítimas para dar todo o apoio, inclusive na assistência material que for necessário para um conforto mínimo neste momento de dor". Nota completa aqui.

Como eu disse no início, falar de religião é sempre difícil. No caso, para os donos da Renascer também é, porque foi muito mais fácil falar e pregar na palavra de Deus do que de suas próprias responsabilidades em relação a esta fatalidade.

Que Deus nos proteja.

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